quarta-feira, 28 de novembro de 2012

A Revolução Morreu?


BackVocê está aqui: Home  Artigos e Debates  A Revolução morreu? Viva a Revolução!

ARTIGOS E DEBATES

A Revolução morreu? Viva a Revolução!

Por Gilberto Maringoni
Muito já se escreveu sobre a Revolução Russa e a sociedade e o mundo que ela gerou. O balanço de seus erros e acertos está longe de se consolidar, 95 anos passados da tomada do Palácio de Inverno. Mas poucos contrariam uma certeira apreciação do historiador inglês Eric Hobsbawm (1917-2012). Segundo ele, “A Revolução de Outubro teve repercussões muito mais profundas e globais que a Revolução Francesa (1789) e produziu, de longe, o mais formidável movimento revolucionário organizado na história moderna”.

"Nenhum processo histórico gerou tamanho saldo organizativo, tão volumosa teoria e muito menos colocou tantos milhões de homens e mulheres em ação, em inúmeros países"

Nenhum processo histórico gerou tamanho saldo organizativo, tão volumosa teoria e muito menos colocou tantos milhões de homens e mulheres em ação, em inúmeros países, dispostos a dar a até a própria vida pela transformação social.
A Revolução causou medo entre as classes dominantes, entre os ricos e os abastados de todo o planeta. O pânico gerou uma feroz reação. No plano material, desatou-se, durante décadas, uma ofensiva militar e repressiva contra tudo o que cheirasse a contestação à ordem estabelecida pelo regime do capital. Na esfera da disputa pelos corações e mentes, torrentes de mentiras fizeram brotar a indústria do anticomunismo em praticamente todos os países.
Realizada num país atrasado, em meio a um conflito bélico de largas proporções - a I Guerra Mundial - e num momento de crise do sistema imperialista mundial, a Revolução de 1917 teve repercussões em inúmeras áreas do conhecimento humano.
País agrário
Nas condições objetivas da Rússia de cem anos atrás, um marxista vulgar descartaria a possibilidade da eclosão de uma ruptura socialista. Aquele era, nas últimas décadas do século XIX, um imenso país agrário, com 85% de sua população vivendo no meio rural, em situação de extrema pobreza. Apenas 20% da população era alfabetizada.
A partir dos anos 1890, a indústria conheceu um razoável progresso, principalmente nas áreas de metalurgia, petróleo, tecelagem e carvão, graças a vultosos investimentos estrangeiros.
A atração de camponeses empobrecidos para as cidades deu origem a uma massa crescente de trabalhadores que adquiriam ao mesmo tempo qualificação técnica e consciência política.
Transformação Social
Mesmo assim, a classe operária era largamente minoritária para nuclear um projeto de transformação social. O país que, em tese, reuniria melhores condições para uma ruptura social era a Alemanha. Majoritariamente urbana, dotada de uma indústria moderna e possuidora de uma classe operária numerosa e experiente, a Alemanha vivia também as contradições de ter uma burguesia extremamente reacionária. O quadro foi agravado no curso da I Guerra Mundial (1914-1918).

"Se alguém pode ser chamado de gênio na era contemporânea, este alguém é Lênin. Nenhum outro intelectual do século XX teve suas idéias tão disseminadas e apropriadas por tanta gente, como aquele russo de estatura mediana e olhar penetrante"

No entanto, as crises do sistema imperialista, um regime despótico e corrupto e uma década de rebeliões populares acabaram por fazer do país dos czares o “elo débil” do capitalismo mundial.
Mas apenas tais condições não bastariam para deflagrar a Revolução. Nesta situação, adquire relevância um dirigente marxista inovador e criativo, capaz de traçar uma tática original, rumo à transformação social. O dirigente chamava-se Vladimir Lênin (1870-1924). Se alguém pode ser chamado de gênio na era contemporânea, este alguém é Lênin. Nenhum outro intelectual do século XX teve suas idéias tão disseminadas e apropriadas por tanta gente, como aquele russo de estatura mediana e olhar penetrante.
A originalidade de Lênin
Qual a originalidade de suas formulações? Entre muitas, podemos apontar duas principais.
A primeira foi divulgada em março de 1902, no livro "Que fazer?". Desenvolvendo as idéias de Marx e Engels, seu autor demonstra a necessidade da criação de uma teoria revolucionária e de um “partido de novo tipo” para organizar os trabalhadores. Disciplinado, baseado no centralismo democrático e composto por células horizontais e verticais, o partido funcionaria como um “intelectual coletivo” e um exército ágil e maleável para tempos de enfrentamento.
A segunda grande contribuição de Lênin foi a resolução de um intrincado problema tático. Se a classe que formaria a vanguarda revolucionária era a operária, como ela, minoritária na Rússia, daria conta da titânica tarefa de mudar a sociedade?
Apesar de minoritária, a ela caberia o papel de força motriz no processo. Para Lênin, ela teria de se unir a outros segmentos de oprimidos e explorados. O setor principal seriam as massas camponesas, saídas da servidão décadas antes. Lênin propõe, no livro "Duas táticas da social-democracia na revolução democrática" (1905), a aliança operário-camponesa. Seria uma união entre diferentes, para realizar uma tarefa comum: implodir o sistema que explorava a ambos.
Há sentido atualmente?
Qual o sentido de se debater a Revolução Russa hoje, além de se comemorar uma data redonda?
Aos que julgam anacrônica uma transformação social que teria se esgotado com a queda do muro de Berlim, em 1989, vale fazer um paralelo histórico.
Olhemos para outra Revolução, a Francesa, deflagrada mais de um século antes, em 1789. O impulso social por ela provocado colocou o Antigo Regime no chão e moldou a sociedade nos âmbitos da política, da economia e da cultura até os dias atuais.
Golpe de Estado
Se usássemos uma régua curta, poderíamos dizer que não foi bem assim. O regime construído a partir da queda da Bastilha chegou objetivamente ao fim dez anos depois, em 1799. Nesse ano, Napoleão Bonaparte deu o golpe de estado de 18 de brumário e instaurou uma férrea ditadura. Se nossa régua for mais elástica, veremos que em 1814, com a Restauração Monárquica, pouco restavam dos ideais revolucionários, além do sistema métrico decimal, adotado oficialmente em 1791.
Apesar disso, as conquistas da Revolução Francesa, em termos de liberdade, direitos humanos, separação de poderes etc. estão aí. Dizer que os impulsos da Revolução Socialista esgotaram-se em 1989 equivale a reutilizar aquela régua curta.
O capitalismo continua tão ou mais agressivo que há 95 anos. Seus rastros de destruição, insegurança, aumento da miséria, instabilidade e exploração seguem gerando conflitos sangrentos mundo afora. O imperialismo atual é muito mais danoso à humanidade do que jamais foi. Seu poder é muito maior.
Outubro de 1917 continuará a fazer sentido enquanto a humanidade quiser buscar outro mundo possível. Fará sentido enquanto as palavras de Vladimir Maiakovsky ainda tocarem o coração das pessoas: “Nesta vida/ Morrer não é difícil/ O difícil/ É a vida e seu ofício”.
fonte: http://carosamigos.terra.com.br/

Acomodações para o Fórum

http://fpmpalestinalivre.blogspot.com.br/

Forum Social Mundial na Palestina


28 de Novembro a 1 de Dezembro de 2012 | Porto Alegre, Brasil

http://wsfpalestine.net/pt-br/reference_document

Acordo e estímulos nas bolsas da Europa...

Acordo com Grécia estimula altas em bolsas da Europa
Os índices acionários do mercado europeu operam em alta nesta terça-feira, após os credores da Grécia terem entrado em acordo sobre um conjunto de iniciativas para reduzir a dívida do país para 124% do Produto Interno Bruto (PIB) até 2020.

Há pouco, o FTSE 100, da bolsa de valores de Londres, subia 0,38%. O CAC-40, de Paris, avançava 0,25% e o DAX, de Frankfurt, ganhava 0,47%. Setores sensíveis a risco, como bancos e companhias ligadas a commodities, têm melhor desempenho.

Os investidores reagem positivamente ao acordo entre Eurogrupo, Fundo Monetário Internacional e Banco Central Europeu. As medidas, que incluem uma extensão dos prazos de vencimento, um corte nas taxas de juros pagas pela Grécia e uma possível recompra de dívida, devem reduzir o endividamento do país "substancialmente abaixo" de 110% do PIB em 2022, informou o Eurogrupo em comunicado após a reunião de ontem.
fonte:
http://economia.uol.com.br/ultimas-noticias/valor/2012/11/27/acordo-com-grecia-estimula-altas-em-bolsas-da-europa.jhtm

O Veneno que ressuscitou Arafat


http://pt.euronews.com/2012/11/27/o-veneno-que-ressuscitou-arafat/





smaller_textlarger_text
O antigo presidente da autoridade palestiniana está longe de “descansar em paz”, depois de ter sido sepultado, em Rhamallah, pela segunda vez.
Oito anos após a sua morte em Paris, o corpo de Yasser Arafat tinha sido exumado, esta manhã, no quadro de uma investigação franco-suíça às causas da morte do líder palestiniano.
Vários médicos forenses recolheram amostras dos restos mortais que deverão ser analisadas em laboratório, para averiguar se contêm vestígios de polónio 210.
Um documentário do canal Al-Jazeera, difundido há alguns meses, avançava a hipótese do envenenamento de Arafat com esta substância altamente radioativa.
Para o responsável da comissão de médica, Abdallad al-Bashir:
“A comissão médica, os toxicólogos e os cientistas pensam que o presidente Arafat foi envenenado. Se depois da análise das amostras ficar provada a existência de polónio 210 então teremos apurado a verdade. Se, pelo contrário, não encontrarmos nada poderemos pensar que se tratou de outro tipo de veneno”.
Os resultados das análises deverão ser conhecidos dentro de cerca de três meses. A autoridade palestiniana não descarta a possibilidade de apresentar uma queixa junto do Tribunal Penal Internacional, caso se confirmem as suspeitas da alegada responsabilidade israelita.
A exumação de Arafat, criticada por alguns palestinianos, ocorre num momento em que a Autoridade Palestiniana prossegue a batalha pelo reconhecimento do estatuto do território na ONU.
Mais informação sobre 
Copyright © 2012 euronews











terça-feira, 27 de novembro de 2012

Governo do Estado Rio Grande do Sul entrega documentos á Comissão da Verdade


Assunto: 26/11/2012 - Tarso Genro entrega documentos que estavam com coronel assassinado à Comissão Nacional da Verdade

Nesta terça-feira (27/11), às 14h, no salão Alberto Pasqualini (Palácio Piratini), o governador Tarso Genro entregará aos representantes da Comissão Estadual da Verdade, Aramis Nassif, e da Comissão Nacional da Verdade, Claudio Fonteles, documentos oficiais relativos ao período da ditadura militar no Brasil (1964 – 1985).
 
O material foi apreendido pela Polícia Civil gaúcha na residência do Cel. do Exército Júlio Miguel Molinas Dias, ex-comandante do Destacamento de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi), assassinado no início do mês em Porto Alegre. De acordo com a Polícia Civil, os documentos revelam detalhes sobre o episódio Riocentro (1981) e sobre o desaparecimento do ex-deputado Rubens Paiva (1971). Os familiares de Rubens Paiva, Maria Beatriz Paiva Keller, Daniel Keller e Carlos Alberto Steil estarão presentes no ato.
 
 
*Assessoria de Comunicação
Comissão Nacional da Verdade
Mais informações à imprensa: Marcelo Oliveira
61-3313-7324
comunicacao@cnv.presidencia.gov.br

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Algumas Análises sobre a conjuntura brasileira


Por Wladimir Pomar – 13/11/12
Há algumas análises sobre a presente conjuntura no Brasil, na América Latina e no mundo, para as quais haveria atualmente três grandes projetos em disputa. De um lado, o projeto do grande capital das corporações transnacionais, ainda hegemônico do ponto de vista econômico, ideológico, político e militar, que tenta se renovar e gerar um novo ciclo de acumulação e de controle. De outro, haveria um projeto de integração capitalista, no qual as burguesias locais procurariam desenvolver o capitalismo e realizar sua própria acumulação, mesmo em contradição com o grande capital hegemônico. Marginalmente a esses dois projetos de caráter capitalista haveria um terceiro, de cunho popular, que objetivaria reorganizar a economia de cada país no sentido de dar solução aos problemas do povo, principalmente os relacionados à fome e à falta de terra, trabalho, moradia e educação.
A primeira lacuna dessa análise reside no fato de que as conjunturas dos países centrais – Estados Unidos e Europa Ocidental – são diferentes das conjunturas dos países africanos, asiáticos e latino-americanos. Além disso, a conjuntura de cada um dos países desses blocos difere em muitos aspectos. Por exemplo, a crise norte-americana tem raízes profundas na crescente desindustrialização da sua economia, na desregulamentação quase completa do seu sistema financeiro especulativo, no monstruoso déficit fiscal do seu Estado, em grande parte decorrente das despesas em armamentos e guerras, e na crescente incapacidade da sua população em manter o emprego e a capacidade de consumo. A crise na Europa está relacionada com a política alemã e, em parte, francesa, de manter suas indústrias à custa da desindustrialização dos demais países europeus, cujas sociedades passaram a funcionar à custa de transferências financeiras, aparentemente como doações, que causaram grandes rombos fiscais nos Estados. Enquanto o governo Obama procura resolver a crise dos Estados Unidos através de políticas de incentivo industrial e de tributação das grandes fortunas, políticas emparedadas pelo Congresso, o governo alemão está forçando os países europeus quebrados a aplicarem arrochos neoliberais. Do ponto de vista político, a reação conservadora à crise nos Estados Unidos e na Europa continua se fortalecendo, inclusive com o surgimento de correntes ultradireitistas, enquanto a reação popular ainda parece não ter objetivos nem direção política claros.
As conjunturas de cada país latino-americano também diferem. Venezuela, Colômbia, Equador, Peru, Bolívia, Paraguai e Chile, que nunca conseguiram desenvolver uma indústria própria de porte e, em vários casos, nem mesmo uma agricultura moderna, embora possuam grandes reservas de recursos naturais, se veem às voltas com a necessidade de industrializar-se, até mesmo para explorar melhor alguns desses recursos, além de enfrentarem classes dominantes muito reacionárias. A Argentina e o Brasil, que já tiveram uma indústria desenvolvida, praticamente quebrada pelo período neoliberal, se encontram diante da necessidade de reconstruir suas indústrias nacionais, tendo como eixo a nova revolução científica e tecnológica e o fato de que a maior parte do parque industrial, que restou da destruição neoliberal, se encontra monopolizada por corporações transnacionais. E ambos também enfrentam a crescente concentração agrária, voltada para o mercado internacional, paralelamente a um constante processo de expropriação das economias agrícolas familiares, responsáveis pela produção para o mercado interno e, portanto, pela seguridade alimentar de suas sociedades.
Paradoxalmente, a quebradeira neoliberal na América Latina, que atingiu também os Estados de cada país, rachou as classes dominantes e as burguesias locais, permitindo a surpreendente vitória eleitoral de partidos de esquerda, em geral em coligação com partidos de centro e centro-direita, e o estabelecimento de governos de coalizão. Esses governo se veem, em geral, obrigados a resolver não só os problemas imediatos de profunda miséria e pobreza, analfabetismo real e funcional, desemprego, ausência de assistência médica etc etc, mas também os problemas estruturais relacionadas com o desenvolvimento da infraestrutura econômica e da indústria, reforma agrária, reforma política etc etc. O problema desses governos é que eles não possuem coesão, nem força política, e nem apoio social firme, para realizar as reformas estruturais, além de enfrentarem resistências diversas para resolver os problemas imediatos, inclusive dentro dos próprios partidos tidos como de esquerda. A grande fase de descenso das mobilizações sociais nesses países parece continuar, embora haja pequenos indícios de que algo se move no sentido de sair da estagnação. Porém, não há certeza de que isso se torne uma realidade a curto prazo.
Se olharmos as coisas com realismo, talvez tenhamos que reconhecer que, com exceção da Ásia, tanto os capitalismos desenvolvidos norte-americano e europeu, quanto os capitalismos em desenvolvimento na América Latina e na África, assim como os movimentos populares em quase todo o mundo, atravessam a presente conjuntura debatendo-se para sair das crises, grandes e pequenas, em que foram jogados. Seus projetos não são claros, seja para o futuro imediato, seja para o futuro de mais longo prazo. No caso dos movimentos sociais, alguns acham que podemos lutar pelo socialismo sem passar pelas dores do desenvolvimento das forças produtivas capitalistas, parecendo retomar do início uma discussão da socialdemocracia operária do final do século 19 e começo do século 20. Outros acham que desenvolver as forças produtivas significa apenas desenvolver os meios de produção, a tecnologia e a capacidade de produção. Esquecem que, para um projeto popular, o aspecto mais importante do desenvolvimento das forças produtivas consiste no crescimento da força social da classe dos trabalhadores assalariados e de sua luta econômica, social e política. Em outras palavras, já deveria estar suficientemente claro que um projeto popular, para se cristalizar no mundo atual, seja nos países desenvolvidos, seja nos países em desenvolvimento, precisa ter o capitalismo como contraponto.
No caso brasileiro, como no caso de alguns outros países latinos americanos, africanos e asiáticos em que vigora o capitalismo, e nos quais a esquerda se tornou governo, ou parte importante de governos de coalizão, sem que existam fortes mobilizações reformistas e / ou revolucionárias, a situação é ainda mais complexa. Esses governos precisam ter como eixo de sua ação o revigoramento quantitativo e qualitativo da classe dos trabalhadores assalariados, o que só pode ser feito se houver o crescimento do capitalismo, em especial do capitalismo intensivo em trabalho.
A engenharia política, social e econômica necessária para isso passa por planos de desenvolvimento e investimento que saibam combinar adequadamente o crescimento de indústrias intensivas em capital, ou em ciências e tecnologias, e de indústrias que empreguem tecnologias tradicionais, mas empreguem muitos trabalhadores. Portanto, paradoxalmente, projetos populares nesses países não podem abdicar de tratar dessa questão. Mesmo porque, não passa de ilusão supor que haverá uma retomada dos movimentos populares de massa sem ter como suporte um poderoso contingente de trabalhadores assalariados.
Fonte: Correio da Cidadania