quarta-feira, 24 de abril de 2013

Aristocracia e Socialista....


CAIO PRADO JR., ARISTOCRATA E SOCIALISTA:

Caio Prado Jr. nasceu em São Paulo em 1907, data da publicação de Capítulos de História Colonial, de Capistrano de Abreu. Esta percepção da coincidência entre o nascimento de um autor que será marcante com a data da publicação de um clássico, ao qual ele dará prosseguimento, revela a "sensibilidade historiográfica" de Francisco Iglésias. Para este, Formação do Brasil Contemporâneo fez com que Capítulos de História Colonial ficasse em segundo plano, pois menor e menos abrangente, embora seja também uma das obras-primas da historiografia brasileira. Após 1930, Caio Prado vai se tornar o mais influente historiador brasileiro, tomando o lugar de Capistrano de Abreu, que o fora no período anterior a 301. Caio Prado "pegou o bastão" das mãos de Capistrano e prosseguiu, revigorando e acelerando a prova olímpica, histórica e política, do "redescobrimento do Brasil".
A sua formação superior foi em Direito e Geografia. A trajetória que a sua vida tomou dominará a sua obra. Ele é de origem aristocrática; saiu de uma família cafeicultora paulista, para se tornar o intelectual orgânico do movimento operário brasileiro! Sua vida é marcada pela "ruptura de classe". Ao se tornar um intelectual ligado à revolução socialista brasileira, Caio Prado não fez uma pequena travessia como se ele fosse apenas um pequeno-burguês. Ele não é filho da classe média proletarizada. Sua mudança na percepção da história do Brasil foi uma "mutação", afirma Novais2. Aristocrata, ele passou a lutar por igualdade e liberdade além dos limites do liberalismo, além do mundo burguês. Ele é um dos intelectuais de origem burguesa que forçaram os limites da "consciência possível" e produziram "obras significativas" (Goldmman) ou "orgânicas" (Gramsci), ao serem um contraponto ao intelectual tradicional3. Caio Prado saiu da alta tradição, do passado colonial, para a revolução socialista, para o futuro: eis a dimensão do seu salto, que até sugere a impressão de um "suicídio simbólico", tamanha a altura ou distância da mudança de posição.



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