quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Aloízio Mercadante e a Tecnologia na Educação



Tecnologia na educação

Escola não pode ficar à margem da evolução da tecnologia, diz ministro

Quinta-feira, 09 de fevereiro de 2012 - 13:16
O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, disse nesta quinta-feira, 9, que a velocidade tecnológica é muito maior do que a capacidade que a escola tem de processá-la. Apesar disso, segundo ele, a escola não pode ficar à margem da evolução tecnológica.


Na semana passada, o ministro anunciou que o Ministério da Educação vai investir, este ano, cerca de R$ 150 milhões na compra de 600 mil tablets para uso dos professores do ensino médio de escolas públicas federais, estaduais e municipais. A tecnologia, afirmou, vai ser tão mais eficiente quanto maiores forem os cuidados pedagógicos e quanto maior for o envolvimento dos professores no processo.


“Estamos definindo que, na educação, a inclusão digital começa pelo professor”, disse Mercadante. Para isso, o MEC já formou mais de 300 mil professores em tecnologias da comunicação e informação, em cursos de 360 horas. Além disso, o serviço de internet banda larga foi instalado em 52 mil escolas públicas urbanas.


Com a entrega de novas tecnologias da informação, professores e escolas públicas terão acesso, por meio dos tablets, a conteúdos educacionais colocados à disposição no Portal do Professor. São aproximadamente 15 mil aulas, criadas por educadores e aprovadas por um comitê editorial do MEC. Além disso, o ministério oferece o Banco de Objetos Educacionais e o Domínio Público, que entre outras obras dispõe da coleção Educadores. Na Fundação Lemann, são traduzidas aulas de matemática, física, biologia e química elaboradas pelo professor norte-americano Salman Khan, responsável por desenvolver material pedagógico com abordagens inovadoras. 


Para o ministro, o mundo evolui em direção a uma sociedade do conhecimento, e a escola tem de acompanhar esse processo. “É muito importante que a gente construa uma estratégia sólida para que a escola possa formar e preparar essa nova geração para o uso de tecnologias da informação”, disse.


Interativo – O MEC também ampliará a distribuição do computador interativo, equipamento que reúne projetor, microfone, DVD, lousa e acesso à internet. Unidades desse computador já foram distribuídas nas escolas de ensino médio. No segundo semestre, chegarão os tablets, em modelos de sete ou dez polegadas, coloridos, com bateria para até seis horas, peso abaixo de 700 gramas, tela multitoque, câmera e microfone para trabalho multimídia, saída de vídeo e conteúdo pré-instalado, entre outras características.


Aos computadores serão integradas as lousas eletrônicas, compostas de caneta e receptor. Acopladas ao computador interativo, elas permitirão ao professor trabalhar o conteúdo disponível em uma parede ou quadro rígido, sem a necessidade de manuseio do teclado ou do computador.


Projeto-piloto – A entrega dos equipamentos digitais a professores e escolas integra o projeto Educação Digital – Política para Computadores Interativos e Tablets. Ele surgiu para oferecer instrumentos e formação aos professores e gestores das escolas públicas relativos ao uso intensivo das tecnologias de informação e comunicação (TICs) no processo de ensino e aprendizagem.


Entre 2008 e 2011, o MEC criou o projeto-piloto Um Computador por Aluno (UCA), com a aquisição de computadores portáteis para estudantes da rede pública. Essa compra fez parte do Programa Nacional de Informática na Educação (ProInfo Integrado), integrante da política nacional de tecnologia educacional do MEC, destinado a promover o uso pedagógico da informática na rede pública de ensino fundamental e médio, com a oferta de infraestrutura, capacitação e conteúdos educacionais. 


Em 2008, em fase experimental, o projeto foi implementado em São Paulo, Porto Alegre, Brasília, Piraí (RJ) e Palmas. Em uma segunda fase, foram adquiridos 150 mil computadores para estudantes de 380 escolas da rede pública. A infraestrutura de acesso à internet sem fio foi instalada à medida que os computadores eram entregues. Posteriormente, professores receberam capacitação para uso do equipamento e da tecnologia no processo pedagógico escolar. Os municípios e estados ficaram responsáveis por dar continuidade ao projeto. 


Em 2010, numa terceira etapa, o projeto–piloto evoluiu para o Programa Um Computador por Aluno (Prouca), com apoio do Regime Especial de Aquisição de Computadores para Uso Educacional (Recompe). A partir de então, estados e municípios puderam adquirir os equipamentos portáteis de empresa selecionada por edital. Ao todo, foram comprados 375 mil computadores por 372 municípios. A avaliação de equipes de pesquisadores de 27 instituições de ensino superior norteará a continuidade do programa. 


Assessoria de Comunicação Social

A Formação de Docentes e Gestores na Redes Estaduais e o Ensino Técnico é um dos objetivos do Brasil Profissionalizado...



Educação profissional

Brasil Profissionalizado deve formar 820 docentes em 2012

Quarta-feira, 08 de fevereiro de 2012 - 19:15
Tão essencial quanto a compra de equipamentos e a construção de laboratórios ou escolas, a formação de docentes e gestores das redes estaduais de ensino técnico é um dos objetivos do programa Brasil Profissionalizado, que faz parte das ações do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e ao Emprego (Pronatec). 

A expectativa para 2012 é de oferecer 820 vagas em cursos de mestrado ou especialização, em institutos e universidades federais. De acordo com Marcelo Camilo Pedra, coordenador-geral de fortalecimento das redes de educação profissional e tecnológica do Ministério da Educação, a previsão para este ano é de que o investimento com a abertura das vagas em cursos de especialização e mestrado chegue a R$ 30 milhões com as novas parcerias que são negociadas. “Além da estrutura física e de laboratórios, o material humano é, sem dúvida, o mais importante no processo de formação dos alunos”, justifica.

Atualmente, cerca de 230 professores e diretores de escolas técnicas estaduais se encontram em cursos ofertados no âmbito do programa. Mais de R$ 4,4 milhões já são investidos na formação destes profissionais e na abertura de novas turmas. 

Inicialmente, em 2011, os cursos foram pensados para qualificar os gestores das escolas financiadas pelo Brasil Profissionalizado. Ainda no final do ano passado também tiveram início as primeiras turmas com docentes no curso de especialização em agroecologia. 

A formação em agroecologia para professores, assim como os cursos de especialização e mestrado para gestores educacionais, são uma parceria entre a Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica do MEC e o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Paraná, para as especializações em gestão e agroecologia. Ofertada pela Universidade Federal de Juiz de Fora, já está em andamento a primeira turma de mestrado em gestão e avaliação da educação pública para gestores de escolas financiadas pelo programa. 

“Além dessas formações, pretendemos ampliar para outras áreas. Temos cursos previstos em administração, agronomia e engenharia de produção, por exemplo”, afirma Marcelo Pedra. Também há planos de estender a oferta de formação a técnicos de laboratório e outros profissionais das escolas técnicas estaduais em 2012.

Brasil Profissionalizado – O programa, que objetiva fortalecer e ampliar as redes estaduais de ensino técnico, desde 2008 já conveniou, em 23 estados e no Distrito Federal, recursos da ordem de R$ 2,047 bilhões para a construção, reforma e ampliação de escolas técnicas estaduais, além da aquisição de laboratórios, compra de material pedagógico e formação de docentes. 

Danilo Almeida

Ouça entrevista com Marcelo Pedra, coordenador-geral de fortalecimento das redes de educação profissional e tecnológica do MEC.

A Formação Politécnica e o Ensino Médio na palestra do professor Grabowski


Ensino Médio

Grabowski: “A formação politécnica pressupõe uma sólida formação geral”


O professor Doutor Gabriel Grabowski, da Feevale, participou do II Seminário de Formação para aprofundar o debate sobre a reestruturação curricular do Ensino Médio, promovido pela Secretaria de Estado da Educação (Seduc) na manhã desta quarta-feira (30), no Auditório do IPA. 

Grabowski afirmou que o debate sobre a reestruturação do Ensino Médio traz de volta a discussão que ocorreu na definição da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), e que está expressa no decreto que separou a Educação Profissional do Ensino Médio. Ele lembrou um documento elaborado por fundações empresariais, que afirma que os problemas do Ensino Médio estão relacionados ao excesso de abstração, e propõe a redução do número de disciplinas e a oferta da mesma disciplina com níveis diferenciados de complexidade para atender “as diferentes clientelas”. “Os críticos da reforma do Ensino Médio são os mesmos que defendem a separação entre Ensino Médio e Educação Profissional, e que estão implantando esta concepção em outros estados”. Para o palestrante, as críticas à reforma do Ensino Médio visam desgastar a educação pública, desgastar o sindicato dos professores (CPERS) e o governo do Estado. 

O palestrante explicou que a proposta de reforma do Ensino Médio apresentado pela Seduc, está em consonância com as Diretrizes Nacionais para o Ensino Médio e com a prática desenvolvida nos institutos federais de educação profissional e tecnológica. Ele sugeriu a leitura da 8ª edição da revista da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), que apresenta propostas para o Ensino Médio que estão em consonância com a proposta de reforma curricular apresentada pela Seduc. 

Para Grabowski, o trabalho tomado como princípio educativo não é educação profissional, não é sinônimo de um diploma de formação profissional, nem retorno à lei 5692, que criou uma profissionalização obrigatória. “A formação politécnica pressupõe uma sólida formação geral, Já a Educação Profissional integrada ao Ensino Médio, onde é implantada adequadamente, gira em torno de quatro anos, quatro anos e meio de duração, Não há, portanto, uma redução da carga horária”, esclareceu. 

O professor Grabowski explicou ainda que a proposta de reestruturação curricular do Ensino Médio permite que a escola dialogue com a sua realidade e construa um Projeto Político-Pedagógico que atenda as diferentes juventudes.

Programa da Merenda Escolar...


Estou publicando este texto por que acho que a alimentação de nossos alunos esta junto do incentivo a aprendizagem. Pois, quem esta bem alimentado com certeza, o resultado é melhor e com qualidade.

E, este incentivo não custaria tanto se todas as empresas que buscam bons profissionais, direcionassem e mantivessem um programa de valorização ao trabalhador (a).
Portanto, este programa é uma alternativa em que todos nós, trabalhadores, alunos (as), professores (as), pais, e demais segmentos envolvodos na educação deveríamos estar comprometidos , participando  e acompanhando com sugestões, encaminhamentos destes direitos e informações para que sejam cumpridas com muita seriedade, fiscalização e um retorno mais eficaz as nossas escolas, crianças e jovens.


Programa de Municipalização da Alimentação Escolar

PNAE - Regulado pela Medida Provisória nº 2178-36, de 24-08-2001, com os critérios de execução estabelecidos pela Resolução nº 38, de 23/08/2004. Consiste no repasse de recursos do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).
Os recursos do PNAE são transferidos diretamente pelo FNDE ao município, a quem cabe a responsabilidade de efetuar a compra e a distribuição da Alimentação Escolar na rede estadual de ensino. Depois de aderir ao Programa, o município somente poderá deixar de fazer parte do mesmo no ano seguinte, por ocasião de nova consulta da Secretaria Estadual da Educação.
A adesão ao PNAE se dá através da assinatura do Termo de Anuência e é desencadeada pela Secretaria de Estado da Educação, ao final de cada ano e mediante consulta através das Coordenadorias Regionais de Educação (CRE) junto aos municípios.
Na modalidade Municipalizada, o município passa a ter a gerência das Escolas Estaduais, sendo o nutricionista do município o responsável técnico pelas Escolas Estaduais, não necessitando seguir a "Lista de Alimentos Permitidos" imposta pelo Estado às Escolas da Rede Estadual.
Outras informações sobre o PNAE podem ser obtidas no site do FNDE:

A violência é uma parte de nossa dignidade que se vai,,,

Quero escrever um texto no qual o tema central é a violência, como parte de nossa dignidade humana... 
Relato isso por que tenho acompanhado tantos fatos envolvendo as diversas faces destes episódio, é na rua, é nos jornais, tv, enfim, são tantas noticias que se comentam e debatem formas sem muitos resultados... Isso me faz sentir enjoada, ruim, dor na barriga e sinto vergonha de seres humanos dotados de tanta força, tanto mal, tanto ódio que descarregam em outro ser humano que nada as vezes tem a pagar... a ver, ou então, que tenha seria necessário usar destas formas para estas pessoas? E os culpados? E aqueles  que causam a nossa exploração? Que mentem, que  roubam até de seu próprio irmão? O que se faz com gente assim? Com pessoas corruptos, que para comprarem um carro, construírem uma casa, terem status, nome de uma família, vendem direitos, passam por cima de suas dignidades e valores, mesmo que o outro não tenha onde cair morto?
E nossos representantes? Onde estão? 
E as leis? 
E as crianças? E os jovens? 
E as nossas famílias? Tudo bem que temos certas famílias que só sabem defender o que é seu! O que é para seus filhos, os demais que saiam catar coquinhos se encontrarem coqueiros ainda. E cuidado, que se a sombra for boa, alguns ainda tentam ir atrás para tornarem-se donos absolutos destes, mesmo que não coloquem em seu nome, mas sempre tem aqueles que usam do famoso jeitinho, o cunhado, a cunhada e colocam o imóvel no nome deste para conseguirem adiante atingirem seus objetivos, safarem-se destes bens. 
Estou escrevendo isso e desta forma por que não concordo com este sistema injusto,com gente que se diz humano na frente de uma autoridade, de gente que se faz de bonzinho, de gente que chama outros de loucos, quando a loucura esta dentro de si próprio e das atitudes que se praticou e usa estas ferramentas pela sua vida profissional e a outros... Pelas tantas diferença entre as pessoas,culturalmente, afetivamente, financeiramente, socialmente, que muitas vezes estes são o estopim de tanta criança, jovens e pessoas inocentes sofrem os rancores e os desajustes sociais que alguns carregam fazendo suas vitimas... os traumas que alguns resolvem outros, morrem sem nem mesmo a justiça dar-lhes cobertura pelo mal sofrido. 
Um fato como exemplo recente, foi um menino guardador de carros na cidade de Viamão, ontem dia 06 de fevereiro de 2012, com seu rosto inchado, olho roxo, sangrando, triste, humilde, sem falar muito, trabalhando... mas eu senti sua dor... Doeu tanto em mim, imaginar como  outro ser humano é capaz de tomar um menino, jovem de mais o menos 14 ou 15 anos e bater-lhe... bater tanto deixando marcas, cicatrizes na face e imagine por dentro deste jovem menino... Por que alguém precisa usar da maldade, da raiva, da força para amedrontar, matar ou ferir alguém que é tão pequeno, tão sofrido e que precisa trabalhar para sobreviver. 
Imaginei, que eu fosse alguém de autoridade, de justiça, passasse por ali e percebeste este fato...o que faria? 
Pensei em uma educadora popular,  que tenho sonho e gosto de estar ao lado das pessoas que precisam de incentivo, de alegria, de esperança para aprender.... o que eu faria, o que diria para aquele menino.... 
Pensei em alguém religioso, olhando para aquele menino, sentiria o que?...Perdão? Amor? Justiça?...
Então, falei com ele, vontade de abraçar e chorar junto dele, e dizer que não queria saber o que fez, ou deixou de fazer, mas que eu jamais iria bater , magoar, ferir mesmo a pessoa que bateu nele, por que tenho certeza, que a pessoa que faz um ato assim, não parou para pensar e nem tem capacidade de colocar-se no lugar de alguém humano, por que bicho sem alma nada tem para dar, a não ser a sua maldade, o seu fel,.. mas triste é que esses fatos estão por ai no nosso dia a dia, juntinho de nós todos os dias....  muitos passam e não querem ver, e nem  pensar ou imaginar como seria estar no lugar de alguém que sofreu estes atos bárbaros... não concordo que tenha  que bater, castigar ou punir as pessoas... mesmos aqueles que muitas vezes questionei... porque se permitem que sejam algemados... e levados aos locais para detê-los?... Se nossa dignidade,o amor,o respeito pelo outro fosse alguma coisa, talvez não existisse tanta injustiça, tanta fúria, revoltas, ódios, vinganças e atos de barbares como estes. 
Outro exemplo, é o rapaz, estudante de desenho industrial, Vitor Suarez Cunha, de 21 anos, que foi defender um mendigo, morador de rua que estava sendo espancado e sofreu agressões de chutes e socos sendo hospitalizado e esta sendo submetido a cirurgias paara recuperar sua face. 
Este rapaz esta no hospital de Santa Madalena na Ilha do Governador. 
As pessoas já perderam tudo estão na rua, ainda, assim, sofrem a violência? Como? Quem? Qual cabeça e de que foi feito estes seres? A dignidade deles existe? Onde? E a nossa? E a sua? Como temos dignidade se percebemos e fugimos com medo, vergonha, ou, não seria melhor tornar-se possuído, apoderar-se de nós mesmos e tomarmos uma atitude? Afinal, temos dignidade? de que forma? de braços cruzados? Ataram nossas mãos? Amordaçaram nossa boca? E nossos olhos? Somos cegos? Se não estamos em nenhum desses itens, o que estamos fazendo? Qual é sua indignação? Que Indignação? 
E se não esta indignado e nem sofre disso, que tipo de dignidade estas incluído? 

terça-feira, 31 de janeiro de 2012


A União Européia no debate sobre a criação de um novo fundo no resgate de sua economia financeira...


Líderes da UE tentam conciliar austeridade e crescimento

Por Jan Strupczewski e Luke Baker
BRUXELAS, 30 Jan (Reuters) - Líderes europeus concordaram nesta segunda-feira com a criação de um fundo permanente de resgate financeiro para a zona do euro, e 25 dos 27 países da União Europeia deram aval a um pacto de maior disciplina fiscal proposto pela Alemanha, apesar das dificuldades para conciliar a austeridade das contas públicas com o crescimento econômico.
Oficialmente, o foco da cúpula da UE, com duração de meio dia, foi a busca por uma estratégia que permitisse a retomada do crescimento e a geração de empregos em um momento no qual governos de toda a Europa precisam cortar gastos e elevar impostos para enfrentar seu endividamento.
Mas divergências sobre o limite dessa austeridade, junto à ainda inconclusa negociação de reestruturação da dívida grega junto aos credores privados, atrapalham os esforços da UE para passar a ideia otimista de que o bloco está superando a crise.
O presidente da França, Nicolas Sarkozy, afirmou em entrevista coletiva que esperava um acordo final sobre a redução da dívida da Grécia "nos próximos dias" e que acreditava que as instituições europeias -uma clara referência ao Banco Central Europeu- decidirão de forma independente ajudar a resolver a lacuna de financiamento.
O presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, disse que um acordo era necessário nesta semana para que seja finalizado a tempo de evitar um calote por parte da Grécia em meados de março, quando o país tem de fazer um enorme reembolso de títulos.
Os chefes de governo concordaram que o Mecanismo Europeu de Estabilidade, com um fundo de 500 bilhões de euros, deverá começar a funcionar em julho, um ano antes do previsto, para auxiliar países fortemente endividados.
Mas a Europa já está sob pressão de Estados Unidos, da China, Fundo Monetário Internacional (FMI) e de alguns dos seus próprios países membros para aumentar o tamanho dessa blindagem financeira.
A preocupação com a falta de progressos tangíveis na negociação da dívida grega e as perspectivas econômicas sombrias para o continente como um todo fizeram com que os juros sobre títulos de países do sul da Europa subissem, e que o euro e as bolsas operassem em baixa.
Ressaltando tais temores, a Espanha divulgou que sua economia sofreu uma contração no último trimestre de 2011, a primeira em dois anos, e que uma recessão longa parece iminente.
A França reduziu sua previsão de crescimento em 2012 para apenas 0,5 por cento, num mau prenúncio para a candidatura do presidente Nicolas Sarkozy à reeleição, em maio. O primeiro-ministro François Fillon disse, no entanto, que essa revisão não obrigará o governo a novos cortes orçamentários.
ESPANHA EM APUROS
Participando da sua primeira cúpula europeia, o primeiro-ministro da Espanha, Mariano Rajoy, disse que seu país claramente não cumprirá a meta de crescer 2,3 por cento neste ano.
Isso gera fortes dúvidas sobre a capacidade de Madri em cortar seu déficit orçamentário, que foi de 8 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2011, para 4,4 por cento até o final do ano, conforme prometido anteriormente.
O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, sugeriu que a UE poderia rever a quase impossível meta de redução do déficit espanhol para 2012, depois de uma revisão das perspectivas de crescimento dos países da UE, prevista para 23 de fevereiro.
Já a Itália, que se apressa em realizar reformas econômicas sob o comando do premiê tecnocrata Mario Monti, foi recompensada com uma redução significativa no custo da sua dívida, num leilão de títulos com vencimento em dez e cinco anos, apesar do rebaixamento de dois graus na nota de crédito do país decidido neste mês pelas agências Standard & Poor's e Fitch.
Por outro lado, a marcha de Portugal para se tornar a próxima Grécia -precisando de um segundo resgate para evitar uma caótica quebra nacional- se acelerou, já que os bancos elevaram o valor cobrado para garantir títulos do governo, e insistiram que a quantia seja paga adiantada, em vez de ser parcelada ao longo de vários anos.
Os juros pagos nos títulos portugueses com vencimento em dez anos chegaram pela primeira vez na era do euro a 15 pontos percentuais acima do valor dos títulos alemães, que balizam o mercado.
KEYNES "ILEGAL"
Sem o aval da Grã-Bretanha e da República Tcheca, os líderes dos 25 países restantes aprovaram um pacto que resultará em leis nacionais de responsabilidade fiscal, segundo diplomatas. A decisão foi tomada apesar dos alertas de economistas que acham perigoso restringir tão fortemente os gastos públicos num momento de crise.
"Inscrever na lei uma visão germânica sobre como se deve administrar uma economia e que essencialmente torna o keynesianismo ilegal não é algo que faríamos", disse uma autoridade britânica, referindo-se às ideias do economista John Maynard Keynes (1883-1946), que defendia a ação do Estado como motor do crescimento econômico.
Mas diplomatas disseram que desta vez não se repetiu o confronto do mês passado entre o primeiro-ministro David Cameron e Sarkozy, quando o premiê britânico vetou uma tentativa de emendar o tratado da UE a fim de fortalecer a disciplina fiscal na zona do euro.
Na cúpula de Bruxelas, o presidente do Parlamento europeu, Martin Schulz, disse aos líderes que o novo tratado fiscal seria desnecessário e desequilibrado, pois não conseguiria combinar o rigor orçamentário com investimentos em obras públicas para gerar empregos.
Essa cúpula da UE, a 17a em dois anos, foi convocada num esforço do bloco para dar mais ênfase ao crescimento do que às impopulares medidas de austeridade nos países endividados.
As negociações entre a Grécia e os credores privados a respeito da reestruturação de uma dívida de 200 bilhões de euros tiveram progressos no fim de semana, mas não foram concluídas antes da cúpula.
Um funcionário grego disse que o primeiro-ministro grego, Lucas Papademos, e seu ministro das Finanças, Evangelos Venizelos, se reuniram com os diretores de instituições da UE após a cúpula para discutir o pacote de resgate.
Até que haja acordo com os credores, a UE não pode implementar um segundo pacote de resgate para Atenas, no valor de 130 bilhões de dólares, que foi originalmente prometido em uma cúpula de outubro.
A Alemanha provocou indignação na Grécia ao propor que um comissário (ministro) europeu assumisse o controle das finanças públicas gregas até que o país alcançasse suas metas fiscais.
Venizelos disse que obrigar o país a optar entre a dignidade nacional e a assistência financeira seria ignorar as lições da história.
A proposta alemã obteve um cauteloso apoio dos premiês da Holanda e da Suécia. Mas Merkel minimizou a ideia de colocar a Grécia sob intervenção, dizendo: "Estamos tendo um debate que não deveríamos ter. Trata-se de como a Europa pode prestar apoio para que a Grécia possa cumprir, por isso há metas".
(Reportagem adicional de Julien Toyer, Harry Papachristou e Robin Emmott, em Bruxelas; de Marius Zaharia, William James, Chris Wickham e Jeremy Gaunt, em Londres; e de Roberta Cowan, em Amsterdã)